quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Já estive em muitas tribos, mas não pertencia exatamente a nenhuma delas.
Desde sempre, desde que me entendo como um ser na sociedade, busco minha tribo.
Passei minha vida pingando de um grupo a outro, tentando me encaixar em algum deles, buscando pessoas como eu. Mas ainda hoje, sinto me frustrada por não ter o meu grupo.
A cada dia, numa tentativa mais desesperada que a outra pra me adequar a algum.
Tenho pessoas! Ótimas pessoas em minha vida, pessoas com as quais me identifico, pessoas pelas quais tenho grande apreço, mas incapazes de juntos criarmos um clã. Algumas nem se conhecem, outras são perdidas como eu, outras são apenas solitárias e vivem em seu próprio mundo, outras pertencem à um outro destinto clã (o qual com certeza já tentei fazer parte).

Talvez meu clã seja as senhorinhas do artesanato, criativas, mirabolantes, dão jeito em tudo, contam histórias como ninguém, gostam de tardes mornas, têm muito a ensinar.

Já tentei me adequar aos grupos das pessoas queridas, mas não consigo me encaixar, apesar de bem vinda, sinto a relação com o grupo como um laço frouxo, faltando aquele ajuste final para tornar as duas pontas num conjunto perfeito.

Conheço pessoas que vivem num minúsculo clã, três, no máximo quatro pessoas, consanguíneos, vivem harmonias e turbulências numa mesma casa, fazem eventos de quatro convidados.
Não vejo como modelo ideal, até porque creio que nasci nesse modelo de grupo fechado.

Já tentei grupos profissionais, grupos por curso ou atividade em comum, já tentei grupo religioso, grupo voluntário, até grupo forçado, já pensei em encarar uma outra religião só pra ter um bom grupo. Isso se chama desespero!

Grupos saem juntos sem esforço, gostam de estar juntos, fazem noite da pizza, da pipoca, do banco imobiliário, do carteado e do bate papo. Se gostam, compartilham interesses, experiências e conhecimentos. Ficam juntos só por ficar, gostam um dos outros e se sentem em boa companhia. Criam um mundo só deles, uma linguagem própria, piadas internas, códigos secretos, lugares próprios para se reunirem, viajam juntos, constroem história juntos [este último fato torna dificílima a entrada de um novo integrante no grupo, eles tem um passado juntos, e o novato (eu em todos os grupos!), se sente perdido e alheio ao grupo até conseguir fazer parte da história do grupo (isso se ele se adaptar ao grupo)].

Talvez meu clã seja das tias que jogam baralho aos sábados a noite, fazem jogadas honestas e conversas leves, tem cede de vitória, uma vitória em que não se ganha nada além de boas risadas.

Talvez meu clã seja virtual, com pessoas que jogam um jogo single player e apenas socializam sobre suas criações no jogo, que apenas refletem suas frustrações da vida que levam, como eu.

Já tentei encontrar, já tentei ser achada... Por enquanto nada.

O seu clã é um verdadeiro grupo do qual você faz parte, ou você é apenas um anexo nele?

Continuo minha busca, tem que ser perfeito, tem que ser pra mim!
E enquanto não acho, continuo visitando outras tribos, provando novos grupos pela busca do encaixe perfeito.

Eu necessito ter meu clã!

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