quarta-feira, 22 de julho de 2009

20 de julho de 2009 às 20h30min.
Palácio Lilás

São apenas rabiscos feitos por uma velha caneta roxa.
Há tempos eu não usava caneta pra escrever no Palácio.
Só lembrando que as coisas que aqui são reproduzidas, foram escritas/digitadas antes e arquivados para postagem, com a respectiva data.
Conseguir arrumar quase todo o guarda-roupa. Tenho alguns ursinhos de pelúcia que não sei onde pôr ainda.
Ah,queria começar com um assunto leve antes de entrar nas lamentações.

Logo que meu pai chegou do trabalho já veio me questionar o porquê eu não ter arrumado as coisas no meu guarda-roupa ainda e eu disse apenas que eu não queria.
Ele foi falando e eu fui tomar um banho pra evitá-lo.
Meu pai deu chilique com a minha irmã enquanto eu tomava, e mesmo assim acabou sobrando pra mim, claro.
Discutiram por causa de algum favor que minha irmã cobrou R$5,00 pra fazer e já foi o suficiente para dar inicio ao caos.
Só sei que depois de tudo, meu pai me privou do uso do MEU Lap Lop {meu NoteBook tem nome!}, porque não seria justo minha irmã não poder usar o computador e eu poder. O bom do meu pai é que ele gosta muito de igualdade entre as filhas, ele só não tem muita noção de justiça nessas horas.

Eu estava jantando {e todos eles já tinham terminado.} e não disse nem uma palavra até ele terminar a gritaria dele.
Quando ele terminou, eu olhei para ele {coisa que até então eu não tinha feito.} e disse “aham!”. Continuei a comer normalmente. Algo me diz que ele queria ser contrariado, porque falou em seguida que se eu quisesse podia dizer que não, porque o Lap Lop é meu, e que ele só estava pedindo que eu não usasse. Ele esperou um momento e eu nem olhei, continuei focada no frango que eu ia colocar na boca em seguida.
Ele se foi. Saiu de carro todo estressado com alguma desculpa, porque quando ele fica nervoso ele foge dos problemas, bem assim mesmo.

Cansei de discutir. Quando isso acontece eu respiro fundo e penso: “eu moro na casa dele, não tenho pra onde ir, então vou me limitar a ficar calada!”
Cansei de confusão.
E minha mãe? Acho que ela acha que eu não ligo mais. Ao tentar conversar com ela sobre o pai, ela insiste que eu fale com ele, porque ela quer que agente se entenda. Por isso nem falo mais nada com ela, não adianta nada. Não muda nada.
Eu no meu quarto, minha mãe tentando explicar pra minha irmã que estava aos prantos, que ele não quis dizer que ela era uma inútil quando disse “Você não serve pra nada!”.
Ouvi a Gordinhá lamentar que quando ela tinha sete anos ele chamou a de prostituta. Eu sempre disse que ela precisava de um psicólogo, olha aí no que deu: uma menina cheia de problemas, egoísta e que só pensa em dinheiro. Ela é igual o meu pai, fala tudo que pensa e não se importa com que os outros vão pensar, nem se vão se chatear, mas quando ela ouve alguma coisa que ele fala sem pensar fica ai, chorando horrores.

E eu me fecho cada dia mais no meu mundo, no meu quarto. Penso incansávelmente numa solução, e num modo de arrumar um emprego e/ou dinheiro suficiente pra sair dessa casa e viver minha vida.
Amanhã vou ao banco, à faculdade ver se é possível que elas arrumem meu horário de aulas antes do início, vou levar meu currículo numa agência e comer uma pizza no Habib’s, uma meia calabresa, meia mussarela, que eu adoro. Chamei o Campneus, quem sabe ele não vai me fazer companhia, ficaria feliz.

E assim eu vou tentando me afastar de casa, pra evitar chateações e problemas.
Assim eu vou vivendo e fazendo de conta que está tudo bem, só pra “casa não cair”.
Vou tentar ser feliz, mesmo que isso signifique ter que manter distância de casa.
Às vezes queria que eles lessem meu blog pra eu não ter que explicar nada.
Talvez quando eu deixar esta casa, eu deixe o endereço do blog pra eles acompanharem minha nova vida.

Vai dar tudo certo, você vai ver, não se preocupe.

2 comentários:

disse...

Nossa.... foi puxado hein miguinha.
As vezes meu pai faz umas palhaçadas assim tbm... umas grosserias a toa, e coisas do gênero... faz parte. Temos que relevar, se bem que amei sua dica "eu moro na casa dele, não tenho pra onde ir" - hahahahaha. Vou me lembrar disso nas próximas vezes que eu me ultra-extressar.

No mais, desencana, corre para o palacinho lilás onde tudo é mais legal e deixa eles pra lá.
;)

Beijokas

disse...

PS: Tô aqui lendo teus posts, tirando o atraso, e pensando uma coisa: adoro ler blogs de beleza, makes e afins, mas nada como um bloguinho bem pessoal com vida real de gente que parece com a gente.
Super me identifico com várias das tuas coisas, se não, no mínimo imagino muito.

Tô vendo que a crise com a família tá braba mesmo. Boa sorte, viu!!!

Beijoooooo