Há um ano
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Sexta-feira, 5 de Novembro de 2010 às 23h06min.
Palácio Lilás
Cansada. Após um bom banho, cabelos bem lavados, vestindo um meio pijama, um short, com uma camiseta de uma caminhaa ecológica que fui, passei frente ao espelho do quarto.
Voltei e me vi, cansada. Aparência abatida, tenho olheiras e meu rosto tem linhas perturbadas. O sorriso se distorce e se perde antes mesmo de aparecer no meu rosto.
Definitivamente, hoje vou dormir.
Ainda tem muita coisa que preciso aprender sobre mim.
Penso muito, mas não tenho certeza de nada.
A maré pode mudar o rumo da minha vida como um vento mais forte, tenho medo das minhas próprias incertezas, tenho medo dos caminhos que escolho e tenho medo de errar minhas escolhas.
Tenho medo de mudar de idéia, tenho medo de enjoar, tenho medo de cansar, tenho medo de uma vida igual, com uma rotina igual, um emprego igual, responsabilidades iguais, compromissos iguais.
Queria ter um motivo novo pra sorrir a cada dia, queria ter um motivo que eu pudesse chamar de motivo da minha vida.
A cada dia quero aprender coisas novas, conhecer novas pessoas, novos lugares, ou apenas saber coisas que ainda não sei sobre pessoas que conheço, ver sob outra perspectiva lugares de todos os dias.
Gosto de coisas novas, gosto de movimento, gosto de cores, de diferentes cores, gosto de vida, gosto de mudança.
Espero ansiosamente por novidades, e quando tudo me parece igual, canso.
Tem coisas que nunca mudam?
Não sei...
Se tem, talvez eu não goste delas.
Talvez seja só hoje, só nessa minha fase cansada, enjoada e reflexiva.
Falando em reflexão, banhos são propícios a reflexões.
Hoje estava pensando sobre carro, durante o banho.
Muitas pessoas que conheço, depois de adquirir um carro, não andaram mais de ônibus. E eu sempre fico na dúvida.
Meu pai, por exemplo, acho que devem fazer uns oito anos que ele não anda de coletivo.
Já minha vó, deve fazer uns 50 anos que ela não pega ônibus.
Me pergunto: Por que diabos eu ainda fico na dúvida?
Chega, é hora de superar isso.
Meu carro, minha liberdade. Diga a mim: Vamos à luta menina! Caí no mundo com esse seu carro! Liberte-se!
Penso também na minha coragem, esta que me é tanta pra algumas coisas e tão escassa pra outras.
Tenho coragem de dizer a verdade, de falar o que penso, de fazer o que quero, de mostrar o que sinto.
Falta-me coragem pra fazer uma tatoo, pra cair no mundo, fazer umas viagens, pra parar de me justificar e me limitar com normas e morais que não são minhas.
E ainda assim continuo sendo um mistério para mim mesma.
Mesmo eu, aquela que sei mais sobre mim, ainda não sei tudo.
E se algum dia tiver todas as respostas que quero, então a vida terá chegado ao seu fim. Fim este equivalente à objetivo e não à morte.
E se tudo permanece igual, quem muda sou eu.
Já passou da hora de crescer mais um pouco, e mudar algumas coisas, além do cabelo, das unhas e do emprego.
Lembro-me agora que estou cansada, cansasso esse que me domina neste momento e me faz ir para cama.
Amanhã estarei novamente de volta.
Não sei se igual ao que eu era, mas melhor, com certeza.
Pois cada coisa e cada pessoa que passa na minha vida muda-me um pouquinho.
Obs. Acabei os quatro volumes.
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