Terça-feira, primeiros dezesseis minutos do dia 30 de Novembro de 2010.
Palácio Lilás
“O meu filho já estava crescido.
Três anos se passaram desde a minha separação do pai dele.
Foram longos dez anos de depêndencia, instabilidade e inconstância para nós dois...
Agora com treze anos, meu filho é muito independente e maduro para sua idade.
O que, de fato, é bom, mas as vezes sinto falta do meu filhotinho.
E foi numa dessas crises de "meu filho já é um homem" que decidi que engravidaria novamente.
Minha cunhada acabará de ter um bebê e minha família toda estava nessa vibe babona.
Eu estava de namorico com um rapaz, ele era bem mais novo, tinha pouco mais e vinte e cinco anos, recém formado em engenharia, bonito, simpático, independente. Queria constituir uma família, e se eu não tivesse expressado para ele o quanto odiei meu primeiro casamento, talvez ele quisesse casar-se comigo.
Ele não conhecia meu filho, nem minha família, era um namorico, ele era muito bom pra mim, mas talvez eu não fosse tão boa assim pra ele.
Tinha medo das nossas diferenças. Mas estávamos felizes desse jeito.
Foi numa noite comum. Meu filho tinha ido para a casa do pai dele e meu namoradinho foi dormir no meu apartamento.
No meio da noite comentei da minha repentina vontade de "voltar a ser mãe" e ele se empolgou com a idéia. Pouco depois, já era tarde demais...
Queria ir logo ao médico, sabia que tinha engravidado.
Mal completou um mês de atraso na minha menstruação, fui ao médico confiante.
Com o resultado positivo em mãos, tremi como se fosse uma jovenzinha de 16 anos, que engravida do namorado por deslize e teme a fúria dos pais.
Mas logo me recompus, uma mulher de trinta e três anos, com sua propria vida, que paga suas próprias contas, não tem que temer o que as línguas alheias irão proferir sobre ela.
Era o que eu queria. Eu já tinha tido um filho, sabia muito bem como era, e já havia me preparado um pouco para isso.
Eu estava muito feliz. Talvez mais do que quando engravidei do meu primeiro filhote.
Quando engravidei dele, não estava pronta, estava recém casada, era uma menina medrosa e com receio de que qualquer movimento brusco faria mal ao bebê.
Agora tudo seria diferente.
O complicado seria contar para o meu filho, que será a pessoa mais afetada com a chegada de um novo membro na família.
Minha barriga cresce aos poucos...
Meu namoradinho ficou super feliz, ele, com ccerteza me ama, e gostou muito de ter esse vínculo para a vida toda entre nós.
Meu filho ficou feliz, depois de me achar uma louca, claro.
Mamãe ficou em choque.
Papai e irmãos muito felizes.
Minha cunhada está empolgadíssima porque o filho dela terá um primo pra brincar.
Estamos arrumando tudo para a chegada do meu bebê.
As expectativas são de todas as partes.
As apostas entre ser menino e menina já começaram.
Sempre é tempo de dar à vida a uma nova vida...”
Só quando a mulher se torna mãe é que ela se torna um ser completo.