Vales Valinhenses
Primeiras palavras na casa nova!
Bom, minha sexta- feira foi muito agitada, depois vou contar direitinho e vou contar também do meu namorado do Ferrazópolis, do meu querido não namorado e tudo mais.
A casa é bem fresca, o clima está muito quente aqui e a casa está vazia, o caminhão com a mudança quebrou na marginal tiete. Já almoçamos e estamos aguardando os móveis.
Enquanto isso, estou digitando aqui, sentada na sala, numa almofada!
Vou contar de sexta- feira. Pela manhã saí com o meu não-namorado, depois fomos almoçar, ele me deixou no sindicato, onde eu ainda tinha algumas pendências por causa da demissão, e foi trabalhar. No sindicato foi rapidinho, cortei a fila na frente de uns oito velhotes que eram da Volks também, mas como eu era a única mulher eles permitiram que eu passasse na frente.
Minha amiga Ana Paula passou lá e fomos para casa dela, passei uma tarde muito agradável com ela, conversando e tomando café com biscoito.
Já à noite, fui ao shopping encontrar com o meu amado Luiz e a turminha CCE para me despedir e passar uns últimos minutinhos com essas pessoas maravilhosas que tanto amo!
Eu cheguei um pouquinho mais tarde do que o combinado e a gabi já tinha ido embora, mas foi melhor não vê-la eu ia acabar chorando mesmo!
Estavam a Pri, o Luiz, o Jhow, a Jé, o Pivetta e a Mi. Foi muito bom.
A Mi e eu no estacionamento.Foto pelo Pivetta!
Depois o Luiz foi levar me em casa, lindo e cavalheiro como sempre!
Muitas pessoinhas me ligaram querendo ir lá em casa nessa sexta, mas não dava, eu não estava, agora só me verão um outro dia, talvez um pouco distante de hoje.
Essas foram as aventuras pré-mudança!
Vou contar agora do meu namorado do Ferrazópolis, o Fabio!
Um conto não tão romântico, não tão divertido...
Era um dia como todos os outros, porém o chefe pediu para que eu entrasse meio-dia na firma pra treinar numa nova área, detalhe: eu trabalhava das três e dezenove à meia noite e dezoito. Essas horas entre meio dia e três da tarde iriam ser pagas como extra, pelo menos. Aceitei ir numa boa, porém não ia pegar o ônibus da firma, teria de ir de ônibus coletivo e descer no terminal ferrazópolis e andar uma meia hora até a firma. Saí de casa cedo e fui.
Chegando ao ferrazópolis, saí do terminal e fui andando em direção à firma quando passou um cara muito estranho por mim. Ele ficou me encarando e eu fiquei com medo, eu estava ouvindo música com meu mp4 que estava dentro da mochila. Depois que ele passou, tive uma estranha impressão e olhei para traz, ele tinha virado e estava vindo atrás de mim. Ele disse oi, eu respondi e continuei andando, porém já estava tremendo de medo dele. Ele chegou ao meu lado e me perguntou onde eu estava indo. Fiquei em choque, vi a firma lá longe e pensei que se dissesse que estava indo pra lá ele ia querer ir comigo e me atacar pelo deserto caminho, então olhei em volta e vi uma padaria uns duzentos metros à frente, era só atravessar uma rua, pensei que se entrasse na padaria ele me deixaria em paz e não ia me roubar, nem me estuprar,nem me seqüestrar, nem nada.
Carol: vou à padaria!
Fabio: vou com você!
Pensei, não seu otário, não vai não, mas eu estava com tanto medo que num movimento rápido tirei o fone do ouvido e coloquei discretamente para dentro da bolsa.
Fui andando em direção à padaria e ele querendo informações sobre mim.
Fabio: meu nome é Fabio, como você se chama?
Carol: Aline!
Fabio: é o nome da minha irmã!
Carol pensa: eu menti e ele também!
Fabio: você mora por aqui?
Carol: não!
Fabio: onde você mora?
Carol: na favela da Juta! Perto da favela do Elba, conhece?
Fabio: já ouvi falar!
Carol pensa: claro, o Elba sempre aparece na televisão, todo mundo da região conhece!
Entrei na padaria e, com aquela cara de pavor, pedi um sanduíche de frango, desejando que o sanduíche demorasse o bastante para o tal de Fabio se cansar e se mandar dali.
Fabio: você tem televisão na sua casa?
Carol: sim.
Carol pensa: todos tem televisão hoje em dia! Até os pobres que não tem muito o que comer.
Fabio: você tem celular?
Carol pensa: é agora que ele me rouba, antes levar esse celular e me deixar em paz o que roubar toda a minha mochila
Carol: sim.
Fabio: você tem mp3? Vi que você tava ouvindo música!
Carol pensa: nem pensar que você vai levar meu mp4 caríssimo, que você nem sabe mexer.
Carol: não, tava ouvindo musica do celular!
Carol pensa: esse celular podre que não faz nem ligação direito, até parece que tem música de alguma espécie, ele mal toca, celular podre, mas as normas da empresa não deixavam entrar com outro celular.
Fabio: eu também não tenho mp3, e nem celular, mas estou procurando um!
Carol pensa: procurando um bom, desiste que aqui só tem o podre!
Eu olho no relógio e já é meio dia e quinze, atrasada, com um cara fedendo na minha cola, esperando um gorduroso lanche de frango, sem almoçar e ainda ia tomar uma bronca do chefe, eu realmente estava nervosa.
Ele perguntou se eu tinha computador em casa, se eu tinha DVD, e outras coisinhas mais e eu sempre dizendo que não na maioria das coisas, exceto na geladeira. Perguntou também se eu estava sozinha, se eu namorava, e que eu estava fazendo ali.
O lanche ficou pronto, eu não sabia o que fazer.
Carol pensa: agora já era, não tenho saída, vou sair da padaria e esse ser vai vir atrás de mim e fazer sei lá o que comigo.
Pedi um chiclete, retirei a bolsinha de moedas, que por sorte não estava na carteira junto com o cartão do banco, dinheiro, cheque, e demais documentos, e paguei o lanche.
Ofereci um chiclete pro meninão!
Ele ficou meio confuso com esse meu ato, mas eu estava desesperada e não fazia a menor idéia do que fazer.
Fabio: você está nervosa?
Carol: claro!
Carol pensa: claro, com você ai, me assustando e me parecendo uma ameaça de assalto, a hora passando,eu me atrasando, você queria que eu estivesse calma? lascou, eu deveria ter dito que não.
Fabio: por quê?
Carol pensa: é agora ou nunca!
Já na porta da padaria com o lanche gorduroso numa sacolinha na mão.
Carol: é que eu estou atrasada! É, eu trabalho ali na Volkswagen e tinha que estar lá meio dia, e ainda tenho que comer esse lanche antes de ir trabalhar. Você não quer me acompanhar até lá?
Fabio mais assustado do que eu: não não não... eu tenho umas coisas pra fazer...
Carol: ...
Carol pensa: vai embora então!
Fabio ainda confuso: mas pega ai seu celular e anota meu numero!
Carol: não, não vou ter tempo de te ligar!
Fabio: anota ai, não precisa ser hoje...
Carol: mas eu acho que eu não vou te ligar...
Fabio: pega o celular e anota!
Pego o celular, tremendo...
Carol pensa: é agora, rouba logo essa coisa e me deixa em paz....!
Fabio olha para o celular com desprezo, deve pensar, que porcaria é essa?
Fabio: é... 4346...
Carol: 4346...
Fabio: 8742...
Carol: 8742?
Fabio: isso! Liga lá! Tchau Aline!
Carol pensa: Aline? Quem é Aline!?
Carol: ah...! tchau!
Nossa, que sufoco foi esse!? Aconteceu tão devagar que parecia um ano...
Ao chegar na firma, atrasada, o chefe já estava se descabelando pra saber onde eu estava, eu ainda em choque contei a historia e os meninos que trabalham comigo brigaram comigo e disseram que eu era totalmente culpada.
Eu deveria ter ligado para algum deles, já que eu sabia que todos iam entrar meio dia naquela semana e eles iam me buscar em casa, e eu não deveria ter dado trela pro cara.
Enfim, depois do susto ganhei algumas broncas de graça, um pânico eterno do terminal ferrazópolis,muitas gorduras provenientes do lanche de frango que eu comi e carona o resto da semana para entrar meio dia.
E todos os dias que eu estava um pouco atrasada pra ir trabalhar minha mamãe lembrava me do acontecido: fica demorando, vai perder o ônibus da firma e encontrar o Fabio, seu namorado do ferrazópolis!
Toda essa historia porque na sexta-feira eu teria que descer do ônibus no ferrazopolis para ir ao sindicato e quando o não namorado ligou, na quinta à noite, eu falei pra ele me levar no sindicato porque eu não ia pro ferrazópolis nem pagando bem!
Bom, o dia correu bem e eu não me encontrei com o Fabio. Ufa!
Obs. O não-namorado é uma história muito longa, porém muito curta, quando o assunto for ele terá uma anotação como esta: Não-namorado, assim vocês já sabem que vai ser enrolada a história!
Quinta- feira, 29 de janeiro de 2009 às 23h54min.
Suíte Presidencial – Gana
Não-namorado
Vejo você me olhando com aquela cara...
Aquela de quem quer dizer algo, mas não tem coragem, ou não tem palavras...
Você me olha mais...
“Você vai embora mesmo?”
Eu tenho vontade de mentir pra você, só pra ver um sorriso...
Mas eu vou!
E você sabe que não há escolha...
Mas você já está apaixonado...
Mas você já vai sofrer...
Eu não queria que você sentisse tanto assim a minha partida...
Na verdade eu queria ficar mais tempo com você...
Na verdade acho que só a minha vida toda já tava bom...
É, você procurava a mulher certa, e agora que achou?
Vai deixar ela ir embora da sua vida?
Ou vai apenas deixar ela mudar e vai deixá-la na sua vida?
Vai visitá-la?
Vai na casa dela?
É ruim hein?!
Mas não vou duvidar!
Mas também não vou me apaixonar, nem me nutrir de esperanças...
Apenas vou deixar o tempo passar pra ver o que acontece...
Só não queria que você sofresse, e não adianta dizer que não, porque você vai sofrer!
Já se apaixonou, mesmo sem querer!
Eu sinto muito, não, na verdade eu acho bom, eu gosto de saber que você me quer...
Sou fria...?
Só enquanto você não me conquistar por completo!
Domingo, 25 de janeiro de 2009 às 16h33min.
Suíte Máster – Gana – Último domingo
Não-namorado
Eu não sei ao certo se estou feliz ou triste. Mas ele é perfeito!
E eu achando que ele me esquecia, que me deixava de lado, que preferia os amigos, que preferia as baladas, que preferia me dar um perdido, que preferia fingir que não tinha nada a ver...
Como as coisas acontecem de forma estranha, hoje tive certeza de que ele me ama, é óbvio que ele não disse, mas eu vi nos olhos dele naquela hora...
Naquele momento perfeito, já estava amanhecendo o dia, ele resolveu explicar tudo da forma mais linda de todas. Uma palavra que eu falei pra ele mudou totalmente o que ele pensava e ele decidiu falar.
Deu-me vontade de roubar ele pra mim. Mandá-lo entrar e dizer pros meus pais que é com ele que eu vou me casar. Nossa, eu acho que ainda estou meio boba por causa do que ele disse.
Como a vida prega peças na gente. Agora que tudo começou, que tava tudo perfeito, ficaremos a 150 km de distância, pouco mais de duas horas de viagem. E ele está completamente certo em não querer mais nada, ele vai acabar sofrendo. E eu?
Ah, eu queria ficar com ele, eu queria ficar aqui, ou queria que ele fosse morar comigo lá. Mas eu não vou sofrer, porque sofre-se apenas de amor, não sofro de atração, não sofro por querê-lo. Sim, sou um pouco fria, meu coração está ocupado amando outras pessoas.
Se ele quiser que eu o ame como ele me ama, vai ter que trabalhar muito, viajar muito e me fazer muito mais feliz do que eu já sou. Vai ter que me convencer de que ele vale à pena, que é diferente e que fará a diferença.
Mas hoje já tive até mais do que eu queria, só esperava uma noite perfeita com ele e ganhei até uma declaração de que ele não quer me amar.
Foi uma declaração estranha, mas eu sou boa em entender o que as pessoas não falam, sou boa em pegar os sentimentos, em saber o que pensa sem ter que falar.
Enfim, ele falou que não quer me amar porque vai sofrer com a distância, mas ele já me ama, os olhos dele o denunciaram e eu nem fiquei me achando pouco!
Um comentário:
Guria, que bom ver vc de volta!!! mas que história, hein. Ontem passei um aperto com um taxista...
Que bom que está tudo bem com vc!!!
Bjos!!
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