As vezes a gente se esquece que até o mais bonito dos sonhos chega ao fim. As vezes, mesmo fazendo o ciclo do ano por vários anos, a gente esquece que a vida e a morte giram na mesma roda, que tudo que tem um começo vai ter um fim.
E o fim mais difícil é quando vemos ele sem coberturas, sem floreios e sem rodeios, é quando ele surge nu na nossa frente e a vontade é tapar os olhos para não vê-lo. E negá-lo de todas as formas.
A verdade estampada sem dramas, enganos, ou trapaças é dura e fria. Dói muito, dói tanto.
A dor faz adormecer, a dor faz não sentir mais nada, não ver, e não entender.
O fim implica em muitas mudanças, em muitas coisas pra resolver, e em deixar muitas coisas pra trás.
Desapegar do que era, despir tudo aquilo de anos e renascer do zero, mas com a idade e as lembranças do que se teve um dia. Tarefa árdua.
Recolher sonhos que já estavam plantados e descartá-los pois não serão mais possíveis, é doído.
A gente não quer aceitar, e talvez por não querer toda essa dor, todo esse novo caos, a gente negue, e gire a roda pro outro lado e tenta refazer as coisas de outra forma, dando um novo começo para postergar um fim.
Isso é uma opção?
Até que ponto isso é bom?
Até que ponto isso é ruim?
O medo da frustração, o medo de deixar passar sem lutar, o medo do arrependimento, o medo da aceitação inerte e o medo do peso da escolha do fim que será carregado pra sempre.
Será leve?
Será pesado?
Temos escolha?
As vezes temos dúvidas, as vezes as dúvidas nos levam a descobrir o que não queremos mais, mas mesmo sabendo o que não queremos, ainda sim, não sabemos o que querer.
Enterrar um amor com certeza é a mais dura dor.
Há 5 anos
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