Domingo, 6 de Junho de 2010 às 21h 39min
Não há necessidade de ser lido.
Odeio. Odeio quando perco o controle desse jeito. Odeio quando me vejo o espelho dele. Odeio quando vejo me parecida nesse aspecto. Odeio não conseguir segurar mais tudo isso e ter mais paciência.
Odeio chorar de nervoso, de desapontamento e de tristeza.
Odeio que minha mamãe me veja chorando.
Mas eu queria ter dito tudo que disse!
Preciso de saídas.
Gostaria apenas de ter conseguido recolher minhas coisas e ter saído fora discretamente pra poder ficar sozinha e chorar.
Não queria ter causado tanto impacto. Pelo simples fato de não adiantar nada, não vai mudar nada.
E que mesmo assim ele vai colocar a culpa em mim. E destacar todos os problemas como se a culpa e o comportamento pudessem ser generalizados, aumentando assim a minha vontade de me diferenciar dele.
Queria não ter esse sentimento de decepção, não só com ela, mas com meus pais. Mas ela nunca vai mudar enquanto eles deixarem que ela mande e que seja feito sempre o que ela quer.
Eu tenho que aprender de uma vez por todas que isso não vai mudar. Quem vai mudar serei eu, desta casa.
Não queria que minha mamãe ficasse chateada, mas que apenas entendesse que a forma que ela trata as pessoas está errada e só ela pode corrigir isso. Que ela não pode achar que os outros não ligam pra nada do que ela diz. Ela precisa abrir mão do orgulho e parar de deixar todos nervosos e brigando.
Mas isso não vai acontecer.
E enquanto eu não for embora, eu vou continuar tendo que abrir mão das coisas por causa do que ela quer, mesmo sabendo que não será suficiente e que ela vai arrumar outra forma de me humilhar.
Não sei como eles não percebem que sou sempre eu que junto as minhas coisas e sair fora, não sei por que não percebem que sou sempre eu que canso e desisto.
Paciência.
Isso está acabando. Isso vai acabar.
Preciso focar me em sair daqui, porque toda vez que acontece uma discussão eu penso que já passou da hora de ir, mas depois de uma conversa conciliadora acabo acreditando que isso não vai se repetir e que as coisas vão mudar.
Acho que no fundo ainda tenho a esperança de que ela pare de tratar as pessoas como coisas insignificantes que não valem nada. E que ela veja o quanto a amo e que me dói demais ter que superar e relevar todas as incontáveis vezes que isso já aconteceu.
E que mesmo com tudo isso não consigo odiá-la, nem por um segundo. Me resta apenas pedir aos céus que melhore, não pra mim, nem por mim, mas por todos que ela trata desse jeito. Pela mamãe.
Acho que hoje não me resta mais nada.
Não consigo me concentrar para estudar, nem fazer trabalhos, nem meu TCC, nem nada mais do que eu tenho pra fazer.
Vou tentar deitar e descansar.
Dormir e deixar com que isso passe, de novo.
Controle.
Paciência.
Há um ano
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