Segunda- feira, 26 de outubro de 2009 às 02h 11min.
Palácio Lilás – Alto dos Vales Valinhenses
Estava eu me perguntando: Por que gosto tanto de ficar acordada a noite quase toda?
Porque gosto de escrever essas horas?
Porque a cabeça se acalma e se orienta fazendo com que eu consiga ler e escrever?
Gosto demais de ficar ouvindo música, lendo ou escrevendo, deixando com que o tempo se vá sem mim.
Tenho a impressão de que as horas passam, mas não mudam.
Gosto de me sentir assim.
Estou sozinha, mas não me sinto sozinha. Porém, durante o dia ficar sozinha me incomoda muito e acabo ficando impaciente.
Desde pequena minha mãe dizia que a noite era apenas um dia sem luz do sol, mas hoje vejo que não é bem assim.
A noite abre mil portas pra mim. Oportunidades, gera idéias, traz um clima diferente, me deixa inspirada e calma.
Sempre tive uma paixão inexplicável pela lua, pelo céu e pelas estrelas, que podem ser melhores vistas quando o sol está do outro lado do mundo. Daí provém a idéia de fazer a tatuagem da lua com as estrelas.
Sempre tive fascínio pelo céu e o desejo de alcançá-lo continua a me perturbar.
Sou louca por voar.
Numa noite de lua crescente, um céu estrelado, o ar calmo, é primavera, a noite está quente, uma leve brisa, será um vôo suave para aproveitar o céu e a noite...
Contorno o alto de uma montanha e busco o melhor lugar para mergulhar...
Uma beirada, um grande espaço pra cair, uma vista linda, um infinito pela frente...
Abro as asas, parada bem na ponta da rocha, respiro fundo com os olhos fechados novamente e solto o corpo, de braços abertos para abraçar o mundo...
Sinto o vento, a velocidade aumenta, sinto a queda...
Então preparo as asas, abro os olhos devagar e num sutil movimento começo a planar próximo a copa das árvores, contemplando todo o esplendor de voar!
Passando por diversos lugares, a maioria deles por aqui perto mesmo, vendo todas as muitas árvores lá de cima, a claridade de parte da lua é suficiente pra iluminar o que se passa aos meus olhos...
Fecho os olhos, respiro fundo, sinto o aroma de estar bem...
Não é um vôo veloz, mas um vôo gostoso, relaxante e revigorante...
Livre... Voando... Sentindo...
Tudo mais não importa!
Eu poderia voar por horas, voar pra longe, voar sempre...
Mas tem mais um detalhe pra deixar o momento perfeito...
Eu escolho um bom lugar, uma relva macia pra me deitar, alto suficiente para ver o mais longe possível no horizonte...
Pouso delicadamente, me ajeito confortavelmente na grama, olhando o céu lá em cima...
Em poucos minutos o sol vai aparecer e pintar o céu nas mais belas cores da manhã...
É o fim de uma noite que parecia não ter fim, mas ao passar, pareceu que durou poucos instantes.
Surgem os primeiros raios de sol, incendeiam o céu azul clareando da manhã, com um dourado que promete um belo dia...
O sol aparece no horizonte tímido e silencioso...
Enquanto as pessoas percebem na claridade da manhã o inicio de um novo ciclo, de um novo dia, desfrutando dos últimos minutos na cama, eu vôo de volta para minha casa, para ter um calmo e merecido descanso, após uma breve longa noite...
Não espere por um dia especial para fazer o que gosta, veja todos os dias como especiais e assim fará sempre o que gosta!
d^.^b: I’m like a Bird – Nelly Furtado
Há 5 anos