Quarta- feira, 17 de junho de 2009 às 00h20min.
Palácio {quase} Lilás
As coisas estão mais confusas para mim.
Eu não sei ao certo o que se passa comigo.
Estava pensando e várias perguntas me vieram à mente, acho que é hora de refletir.
Porque eu leio tanto?
Porque mergulho num livro e ao terminar mergulho em outro?
Porque odeio tanto morar aqui?
Porque essa dificuldade de aceitar o que está tão claro?
Sempre achei mudanças uma ótima oportunidade para novas coisas, novas pessoas, novas descobertas.
Sou fascinada pela curiosidade.
Gosto de conhecer pessoas, gosto de gostar delas, gosto de estar com elas.
Estava lendo:
[...] E com um olhar tudo que precisava ser dito evaporou-se e eles se entenderem...{isso é só um exemplo, não foi realmente o que li!}
Pensei: “nossa, que intenso, porque isso não ocorre de verdade?”
Será que uma pessoa que escreve algo assim nunca passou por isso ou escreve justamente porque passou?
E uma pessoa que lê isso?
O que eu tanto procuro nos livros? Será que é falta de realidade?
Eu gosto de ler, e gosto muito, porque gosto de aprender, mas até que ponto essa leitura se torna saudável?
Não acho que estou deixando meu mundo de lado para ler, muito pelo contrario, só leio nas horas improdutivas, tipo nas três horas diárias que perco nos ônibus.
Será que eu busco o que leio?
Eu gosto de contos de fadas, e espero realmente achar meu príncipe encantado e viver feliz para sempre, mesmo sabendo que o “pra sempre” sempre acaba.
Gosto de me deliciar com essas fantasias, pensar que um dia tudo dará certo.
Mas até que ponto levo essas fantasias a sério?
Eu não gosto de ficar sozinha, estou sempre procurando companhia, mesmo que seja só pra estar junto, sem dizer nenhuma palavra, só por estar, só pra sentir alguém, pode ser um amigo querido, pode ser a Gordinhá, pode ser a mamãe.
Mas meus planos me contradizem, quanto mais o tempo passa, mais eu vejo que estou me afastando dessas pessoas que gosto, e vejo isso como uma necessidade.
Meus planos envolvem morar sozinha, ter uma casa minha, sem ninguém pra me ditar regras, ninguém pra me controlar, ter meus horários e minhas coisas.
Estou me afastando das pessoas que gostam de mim.
E nunca acho que as pessoas gostam realmente de mim.
A desconfiança é muito grande, e penso “se hoje ela gosta, não quer dizer que continue a gostar amanhã.”
Isso é ruim.
Mudei- me para longe do meu mundo e agora este é meu novo mundo.
Mas eu ainda me sinto fora dessa realidade, penso que devo continuar, seguir a vida aqui e deixar o que ficou, sem querer voltar, a decisão já foi feita, tenho que seguir em frente, mas quando acordo de manhã uma força me diz que eu não tenho nada aqui, e eu só quero voltar a dormir, voltar a um mundo que também não me pertence mais, nem em sonhos.
Minha vida mudou, mas a parte subconsciente ainda não aceitou isso.
Parte de mim luta querendo não aceitar e voltar tudo como era antes.
Tenho procurado emprego, mas acho que esta parte relutante tem afastado as oportunidades.
Penso sempre, sem querer, se não era melhor voltar, mas logo que percebo esse pensamento afasto o de mim e lembro que é aqui que devo construir minha vida agora.
Acho que os pensamentos são tantos, que as palavras se confundem na hora de sair.
Os sentimentos confundem os pensamentos, o racional está sendo dominado pelos sonhos e pelas lembranças do que já foi bom.
Antes tudo era fácil. Tudo estava certo.
Já passei por mudanças e nunca foi tão forte quanto agora.
Sinto que tudo que passei se perde, junto com as pessoas que se importam comigo que ficaram lá.
Antes eu tinha aquelas pessoas em quem eu podia confiar, as que eu sabia que se ligasse elas viriam me salvar, e que se não viessem, mandariam alguém no lugar delas, tão importantes quanto elas mesmas pra mim.
Era perto, era fácil, se os planos não saiam como o combinado, eu não ficava sozinha, sempre tinha alguém pra quem poderia correr e me jogar.
Aqui não.
Aqui eu não tenho em quem confiar, não tenho pra quem contar minhas bobagens, não tenho a quem recorrer quando preciso de um sorriso, não tenho a quem pedir um abraço.
Os anos que passei “fora de casa”, o período no qual eu fazia SENAI o dia todo e ia pra escola de noite, me distanciaram da mamãe e da gordinha, as coisas mudaram aqui em casa e eu não percebi, eu não vi.
Nada é como era antes.
Parece que falta algo aqui.
Não gosto do meu quarto, ele não pega sol, da janela posso ver a sala de jantar, ele não cabe as minhas coisas, ele não é lilás e eu não tenho vontade de fazê-lo da minha cor, sinto como se não fosse meu, sinto me como se estivesse de passagem aqui e que logo vou voltar ao que era antes.
Eu queria mesmo que as coisas dessem certo, eu quis mudar...
Mas alguma coisa ainda me impede de fazer dar certo e eu não sei ao certo o que é.
Meus olhos se enchem de lágrimas sem motivo concreto.
Tem dias que eu quero sair...
Pra lugar nenhum, só sair, andar, pensar, sem rumo, sem motivo, sem dar satisfação, sem ter que justificar, sem ter que ter motivo.
Sair sem ser interrogada de onde, como, porque e pra que.
Sem que mamãe ache que eu não estou bem, sem ter que esconder, e sem ter que demonstrar o que se passa.
Tudo pode ser simples.
Isso é um drama desnecessário, e pior que eu sei, mas mesmo assim não me deixa em paz.
Porque ao acordar eu vou preferir dormir de novo. Porque me falta um motivo pra levantar, por mais ridículo que isso possa parecer.
Estava assim quando me mudei, deprimida consciente, sabia que queria voltar. Agora que meu racional compreendeu que é melhor segui por aqui, pois tudo que eu tinha lá já era, algo continua a me impedir, a me incomodar.
Começo a achar que estou realmente deprimida e não sei.
Levantar e fazer o que?
Preciso me convencer de que as coisas mudaram e que eu preciso me adaptar a essas mudanças, não adiantar querer o que perdi.
Nunca aprendi a perder.
Agora até pra ligar me custa caro demais, sem contar no medo e na angústia de fazer interurbano e correr o risco de ganhar apenas um “oi, tudo bem? Ah... Que pena, né? Tá bom então, tchau!”
Com o passar do tempo as pessoas nos esquecem, conhecem novas pessoas, são traçados novos planos.
Tudo que passou vai ficar na memória só até haver algo mais marcante e intenso para ocupar esse lugar.
Talvez ao ouvir aquela música você sinta aquela sensação de conforto e bem estar, mas nem vai se lembrar o porquê.
Tudo passa e como já dizia o Jay, o tempo cura toda e qualquer dor de amor.
Acho que tenho medo de ser esquecida realmente, saber que um dia fiz tanta diferença e agora que estou distante sou um pontinho em algum lugar do passado.
Esquecer sem querer é bem mais fácil do que quando realmente queremos.
E com tudo isso não cheguei à conclusão alguma.
Vou tentar acordar mais cedo amanhã, mas ao acordar vou pensar o mesmo de todos os dias, e se eu sair realmente da cama, vou tomar café e pensar: “ok, levantei, e agora?”. Vou tentar não ir pra frente do computador ler blogs e ver vagas de empregos me enviadas por e-mail. Vou tentar não pegar meu livro e mergulhar nele deitada no sofá da sala. Vou tentar não ficar atrás da minha mamãe sem nada pra dizer ou fazer. Vou tentar não voltar para cama. Vou tentar não estudar legislação. Vou tentar não fazer o que eu possivelmente faria. Mas vou fazer o que então?
Talvez pegar a máquina fotográfica e sair por ai para fotografar. Talvez pintar as unhas que estão grandes e ficariam bonitas com um esmalte lilás. Mas e aí?
Não sei, realmente eu não sei.
E continuo assim, sem saber.
Agora? Agora vou entrar no Cultures 2 e jogar até a hora que eu lembrar de dormir.
E quando esse post for postado possivelmente já terei dormido, acordado, feito algo ou não, será quase hora de tomar banho e sair pra faculdade.
Mas, pelo menos, depois de escrever tudo isso me sinto leve pra dormir.
Eu sempre precisei de uma penseira*.
*Local para depositar pensamentos.
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d^.^d: Só música emo! {você pode até contestar, mas, fala sério, essas músicas são fáceis pra chorar, que deprê, e eu sei!}
Black Ballon - Goo Goo Dolls
Your love is a lie - Simple Plan
Por besarte - Annabela Lu Win
Save me - Hanson
Midnight bottle - Colbie Caillat
Something that I already know - Backstreet Boys
Unusual you - Britney Spears
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Cultura e informação contribuindo para evolução humana!
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Tarefinha:
1- Indicar um livro que leu recentemente
Título, Autor, breve resumo e capa do livro se possível!
2- Repassar o selinho para três blogs!
3- Ler mais um livro!__________*__________
*E vamos à luta... Filhos da pátria!