quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Suíte Presidencial - Palácio Lilás
Quata-feira, 5 de novembro de 2008
12:14 min. - Horário de almoço

INSUBSTITUÍVEL!?

Na sala de reunião da multinacional o Celso, nervoso, falava com sua equipe de gestores. Agitando as mãos mostra gráficos e olhando nos olhos de cada um ameaça: "ninguém é insubstituível".
A frase parece ecoar nas paredes da sala de reunião em meio ao silêncio. E em meus ouvidos tambem!
Os gestores se entreolham, se olharam, pensaram...
Ninguém ousou falar nada.

De repente um braço se levanta e o Celso se prepara para triturar o atrevido:
- Alguma pergunta ?

- Tenho sim. E o Beethoven ?
- Como ?
Celso encara o gestor confuso.
- O senhor disse que ninguém é insubstituível e quem substituiu o Bethoven?
Silêncio…

As empresas falam em descobrir talentos, reter talentos, mas, no fundo continuam achando que os profissionais são peças dentro da organização e que quando sai um, é só encontrar outro para por no lugar.
Quem substituiu Beethoven?
E Tom Jobim?
Ayrton Senna?
Ghandi?
Frank Sinatra?
Dorival Caymmi?
Garrincha?
Michael Phelps?
Santos Dumont?
Monteiro Lobato?
Faria Lima ?
Elvis Presley?
Os Beatles?
Jorge Amado?
Paul Newman?
Tiger Woods?
Albert Einstein?
Picasso?

Muitos marcaram a História fazendo o que gostavam e o que sabiam fazer bem, ou seja, fizeram seu talento brilhar.
E portanto são sim insubstituíveis!

Cada ser humano tem sua contribuição a dar e seu talento direcionado para alguma coisa.
Está na hora dos líderes das organizações reverem seus conceitos e começarem a pensar em como desenvolver o talento da sua equipe focando no brilho de seus pontos fortes e não utilizando energia em reparar "seus gaps".

Ninguém lembra, e nem quer saber, se Beethoven era surdo, se Picasso era instável, Caymmi preguiçoso, Kennedy egocêntrico, Elvis paranóico.
O que queremos é sentir o prazer produzido pelas sinfonias, obras de arte, discursos memoráveis e melodias inesquecíveis, resultado de seus talentos.
Cabe aos líderes de sua organização mudar o olhar sobre a equipe e voltar seus esforços em descobrir os pontos fortes de cada membro.
Fazer brilhar o talento de cada um em prol do sucesso de seu projeto.

Se você ainda está focado em "melhorar as fraquezas" de sua equipe corre o risco de ser aquele tipo de líder que barraria Garrincha por ter as pernas tortas, Albert Einstein por ter notas baixas na escola, Beethoven por ser surdo e Gisele Bundchen, que ficou famosa nas passarelas do Brasil e do mundo, se tivesse rejeitado-a por ter nariz grande.
E na sua gestão, o mundo teria perdido todos esses talentos, assim como na do Celso?


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Esse texto veio em boa hora!
Obrigada Pércio por me enviá-lo e obrigada Celso, por emprestar seu nome para o gestor.

Os sonhos são grandiosos para aqueles que os têm, mas são apavorantes para aqueles que não o vivem!
E é por isso que as pessoas aprisionam os sonhos alheios... Por medo!

Apenas.

2 comentários:

Juliana Poggi disse...

aeee muitoo bom! o mais engraçado é que eu escrevi sobre o Beethoven no blog ontem! kkk passa lá pra ver depois!
mais com certeza!
Beethoven nunca foi substituido nem ele nem Chopin!
depois do Ayrton o brasil nunca mais foi o mesmo... Frank Sinatra ainda é O CARA!
e Carol vc é insubistituivel!
bjaum

Pod papo - Pod música disse...

Isso é a mais pura verdade. Muitos líderes olham só para os pontos fracos de seus funcionários e não olham para os pontos fortes. Eu acho que um verdadeiro líder sabe utilizar muito bem as qualidades do seu funcionário fazendo com que os defeitos sequer sejam notados. Para a equipe produzir, é preciso usar as qualidades e não os defeitos, os defeitos não interessam, apenas os talentos. Funcionário tem que parar de ser tratado como um simples objeto. Somos sim insubstituíveis. Cada pessoa tem seu dom, cabe ao líder da organização saber usufruir dos dons de seus subordinados.

Beijão!